Os Rejeitados é um filme de Oscar. Esse termo está num tom negativo, porque me refiro a essas obras tecnicamente muito boas, porém que parecem desaparecer da história do cinema com o tempo. Esse é mais um desses filmes que vou esquecer de ter visto, não por ser ruim ou medíocre, mas por não ter nada de extraordinário.

Para começar, temos o roteiro que conta a história de três personagens: o professor Paul Hunhan, o aluno Argus e a chefe de cozinha Mary, que devem ficar no internato Barton Academy durante a época festiva do final do ano. Quando olhamos para a narrativa, ou seja, para os fatos que acontecem, ela é genérica, sendo a história de sempre de pessoas rejeitadas pela sociedade que começam se odiando e vão se entendendo. Mas quando vamos para as cenas, elas são muito bem executadas, com diálogos e personagens bem desenvolvidos.

Entrando para direções de arte, fotografia, som e etc., elas são tecnicamente boas, em específico, a direção de fotografia faz um belo espetáculo visual, porém nada passa do bom para o extraordinário, coisa que podemos dizer sobre todos os filmes de heróis (com exceção a Madame Teia).

Agora, indo para o que se destaca e que realmente faz esse filme ir para o Oscar, começando com a direção que consegue ser eficiente, tendo ideias boas que são bem executadas, em especial as atuações que são surpreendentes. A Mary (Da'Vine Joy Randolph) compõe uma mulher triste com a perda de seu filho, mas sem cair no genérico. Argus (Dominic Sessa) é um jovem que se sente abandonado, mas com uma vontade grande de irritar os adultos à sua volta. O grande destaque é Paul Hunhan (Paul Giamatti), um tremendo de um babaca, que ao longo da narrativa vai se tornado cada vez mais humano e se dando a chance de ser diferente.

Esse filme não é ruim, só é mais um filme que não me encantou em nada, porém reconheço que é bom. Vale ganhar um Oscar? Para mim, não. Talvez ele ganhe de melhor filme por ter sorte de ser o mais neutro entre esses monstros que estão indicados, como foi o caso do Green Book.